Uma carta para o futuro.

   Anne acordou, abriu os olhos e logo escutou do seu quarto o barulho da televisão ligada. Levantou, e como de costume foi direto ao banheiro. Saiu com a cara lavada e  foi a cozinha preparar seu café. Na sala estava sua colega  assistindo ao jornal da manhã. Ela sentou-se, colocou o café na sua xícara preferida e começou a preparar o pão, enquanto isso podia ouvir da sala o repórter dizendo:

   __ Morre estudante de 18 anos após briga em boate de São Paulo.

   __ Assalto a uma farmácia nessa madrugada.

   __ Acidente em Rio de Janeiro deixa 3 mortos e 2 feridos.

   Anne engoliu seu café com certa raiva e desgosto em seu coração. Pensou em qual seria o motivo para o mundo estar da maneira que está. Porque tanta morte? Tanta violência? Que mundo é esse? Nisso, já tinha acabado seu café da manhã, foi até a sala e sua colega estava ao banheiro. Então, como um relfexo pegou o controle remoto e trocou de canal, procurou um desenho, e começou a assistir. Achando que iria esquecer um pouco o mundo violento que estava lá fora, deitou-se no sofá e olhava para a televisão atentamente. Foi quando para sua surpresa começou o que é chamado de desenho.

   O desenho era muito colorido, e chamava a atenção do telespectador. Começou mostrando um garotinho se despedindo de sua mãe e indo em direção a escola, chegando lá, dois meninos ''machões'' começaram a provocar o menino, e logo teve uma briga. "Violência", pensou Anne. Depois na sala de aula, um dos garotos malvados responde a professora. "Falta de educação'' pensou Anne. Para completar, na hora do intervalo esses meninos malandros roubavam o lanche e o dinheiro dos colegas. " Roubo'' pensou Anne. 

   Decpcionada Anne desligou a televisão, e resolveu pegar o jornal. Começou a ler e logo começou a desprezar cada letra que havia ali. Nas primeiras páginas havia destacado notícias como: " Corrupção na câmera de vereadores gera conflitos'' ou ''Saúde pública deixa a desejar''. Anne se revoltou, como podia haver tantas coisas ruins nesse mundo? Porque só havia notícias ruins em jornais, e televisão? Aonde iremos parar? Como será o futuro? Indignada, e sem ninguém para desabafar, Anne pega uam folha de papel e começa a escrever desesperadamente.

  

   19 de Agosto de 2013.

   Senhor Futuro, vim através do desespero escrever essa carta para o Senhor. Eu acordei não faz uma hora, mas já foi o suficiente para mim ficar aterrorizada com as notícias que eu vi no jornal e na televisão, e ao tentar me refugiar em desenho animado, eu descobri que há manipulação até onde era para ser um passatempo.

   Senhor Futuro, vim respeitosamente implorar uma resposta para as minhas perguntas. O que será do nosso mundo? Como será o futuro? Confesso que eu tenho medo do senhor, sim! Eu tenho medo do Futuro. Porquê? Bom, porque eu pude brincar quando criança na rua sem correr o risco de levar uma bala perdida, porque eu pude assistir desenhos animados que realmente eram animados, porque eu pude tomar banho de mangueira porque tinha água em ambudância. Porque pude ver notícias mais interessantes quando criança, porque eu sei o que é uma boneca, o que é brincar. Porque eu passei a minha infância me sujando na terra, e brincando de pega-pega e esconde-esconde, brincadeiras que algumas crianças não conhecem até hoje. Porque eu não tive  o amor dos meus pais substituído por presentes, e nem papel e caneta por computador. Porque eu já vi, há algum tempo atrás o caráter das pessoas ser mais importante do que a roupa que ela veste. Porque eu já vi o futebol ser lazer, e não fonte de roubo. Porque eu já assisti novela onde não tinha manipulação. 

   Agora eu te peço Senhor Futuro: Os meus filhos poderão viver tudo o que eu vivi? As gerações futuras vai saber o que é isso? Senhor futuro, eu espero que você não seja tão assustador assim quanto parece. E espero que no futuro, os corações não sejam de pedra, literalmente.

Atenciosamente:

Anne Water.