quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Crônica: O cliente tem sempre razão.

                              
 Já passava das oito horas da noite, e Alice estava faminta, como sua mãe iria demorar, resolveu ligar para uma lanchonete a fim de comer um lanche.
      - Alô! É da lanchonete?
      - Sim, o que gostaria?
      - O que vocês tem aí que dá para uma pessoa só comer?
      - Temos vários lanches! - respondeu a garçonete e um tom irônico.
      - Tem chachorro quente?
      - Sim. Você vai querer um completo?
      - Espera, acho que eu vou mudar - diz a garota indecisa - Tem x-salada?
      - Sim, mas estamos sem alface no momento - responde a garçonete já sem paciência.
      - Ah, então deixa. Vocês tem panqueca?
      - Temos panqueca de pizza, carne e frango.
      - Não tem panqueca doce? - diz Alice em um tom de indignada.
      - Não - respondeu em um tom mais grosso a atendente.
      - Hum, e tem mini pizza?
      - Temos, qual o sabor?
      - Mas é muito pequena?
      - Não! - irritada diz a atendente: - Garanto que dá para você comer tranquila!
      - Ah melhor não. Moça eu vou querer um cachorro quente mesmo.
      - Posso colocar tudo? - pergunta a moça sem ânimo nenhum.
      - Tudo o quê?
      -  Milho, ervilha, pepino, salcicha, molho, batata-palha e alface!
      - Mas você disse que não tinha alface!
      - Verdade, esquece o alface então.
      - Dá para colocar mais uma salsicha?
      - Sim, mas daí aumenta R$ 0,50 centavos.
      - Mas a salsicha não pode ser no lugar do alface? Se não eu fico no prejuízo.
      - Ta certo mocinha, a salsicha vai no lugar do alface e não será cobrado nada. - garçonete já não tinha mais nem um pingo de paciência - Posso fechar seu pedido agora?
       - Sim pode. 
       - Mais alguma coisa? - pergunta a atendente torçendo para que fosse só aquilo.
       - Vocês manda catchup e maionese?
       - Sim, mandamos.
       - Para mim mandem só maionese, eu não gosto de catchup.
       -  Anotado - quase delisgando o telefone na cara dela - Mais alguma coisa?
       - Estava me esquecendo, vocês tem mostarda também?
       - Temos.
       -  Mas não mandem porque eu não gosto!
       - Posso fechar seu pedido agora? - pedindo quase sem educação.
       - Pode, quanto tempo vai demorar afinal?
       -  Você vem retirar ou é para entregar?
       -  Vocês terão que trazer!
       - sem ânimo nenhum pergunta a atendente - Qual é o endereço?
       - Avenida  Rebouças, 531.
       - Acredito que levará uns 15 a 20 minutos.
       - Ta certo.
       - Boa noite, e muito obrigado pela preferência.
       - Ah, moça! Vocês tem troco pra vinte? Não tenho trocado aqui não!
       - Sim, o motoboy vai ter troco.
       - Ta bom, eu aguardo.
       - Mais alguma coisa? - pergunta a garçonete mesmo temendo a resposta.
       - É só isso mesmo, obrigada.
       - Eu que agradeço, boa noite - responde a moça em tom de alívio.
       Ao desligar o telefone, Alice continuou assistindo televisão, quando ouve o som da campainha, consigo pensou - que rápido - mas não era o seu lanche, era sua mãe que tinha esquecido a chave. Ela estava com uma enorme e quentinha pizza de provolone em sua mãos, Alice não resistiu e pegou o telefone novamente.
       - Alô! Moça o meu cachorro quente já saiu?
       - Está sendo colocado na moto agora. Vai querer mais alguma coisa?
       - Na verdade, pode cancelar por favor, é que a minha mãe acabou de chegar em casa. Obrigada - e desliga o telefone.
        A garçonete ficou de boca aberta, irritada e morrendo de raiva. Mas ela contou até dez e respirou fundo, afinal o cliente tem sempre razão!

      PS: Essa crônica é de minha autoria :)

4 comentários:

  1. Nossa!! Pura verdade, trabalhar com seres humanos é dificil...rsrsrs
    bjão
    www.saelimundofeminino.com.br

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  2. meus parabens Kelly Bueno muito lindo essa sua cronica adorei

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